SAÚDE TALK FAN

O MAIOR EVENTO DE SAÚDE DA BAHIA COM OS MAIORES NOMES DO MERCADO! #FAN #FACULDADENOBRE #MELHORDOBRASIL

COVID-19: Países das Américas precisam ampliar oferta de serviços de saúde mental

A pandemia de COVID-19 causou uma crise de saúde mental em nossa região em uma escala nunca vista. Foto: OMSA pandemia de COVID-19 causou uma crise de saúde mental em nossa região em uma escala nunca vista. Foto: OMS

Os países das Américas devem expandir e investir em serviços de saúde mental para lidar com os efeitos da pandemia de COVID-19, disse a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne.

“A pandemia de COVID-19 causou uma crise de saúde mental em nossa região em uma escala nunca vista.

É a ‘tempestade perfeita’ em todos os países, pois vemos necessidades crescentes e recursos reduzidos para atendê-las.

É urgente que o apoio à saúde mental seja considerado um componente crítico da resposta à pandemia”, disse a diretora da OPAS.

“Os serviços de saúde mental e violência doméstica são essenciais e devemos enfatizar a abordagem das lacunas reveladas pela pandemia.

Hoje, peço aos países que adotem as medidas necessárias para garantir que todos possam receber os cuidados de que precisam e merecem”, ressaltou Etienne em coletiva de imprensa.

A diretora da Organização destacou que os casos positivos de coronavírus chegaram a quase 11,5 milhões e mais de 400 mil pessoas perderam a vida pela doença.

“As Américas têm aproximadamente 13% da população mundial, mas 64% das mortes globais oficialmente notificadas”, disse ela.

A pandemia está tendo um sério impacto sobre trabalhadores de saúde, que estão trabalhando mais horas do que nunca e arriscando suas próprias vidas enquanto os hospitais lutam para manter equipamentos de proteção individual suficientes.

“Depois de meses operando em modo de crise, nossos profissionais de saúde estão enfrentando esgotamento, ansiedade e depressão”, evidenciou Etienne.

Os passos mais eficazes são contratar e treinar mais profissionais de saúde e integrar a saúde mental e o apoio psicossocial nos sistemas de atenção primária à saúde para que sejam facilmente acessíveis àqueles que mais precisam deles, acrescentou.

Etienne afirmou ainda que “todos que precisam de apoio de saúde mental devem se sentir à vontade para pedir ajuda.

Ninguém deveria sofrer sozinho e sem apoio profissional, principalmente agora. Naturalmente, alguns dos mesmos conceitos se aplicam à violência doméstica.

Esses serviços devem ser acessíveis e integrados no nível local; precisamos de inovações para alcançar e apoiar sobreviventes e é fundamental combater o estigma. A violência nunca é aceitável e as sobreviventes da violência doméstica não devem ser culpadas”.

“A real extensão da violência doméstica durante a COVID-19 está provavelmente subestimada, pois as sobreviventes estão presas em casa e os serviços de apoio e extensão foram interrompidos.

Com o contato reduzido com amigos e familiares ou barreiras no acesso a serviços e abrigos, estamos deixando sobreviventes sem ter para onde ir.

Os custos da violência são extraordinariamente altos, então o apoio às sobreviventes não pode ser suspenso”, disse Etienne.

A OPAS tem ajudado os países a fortalecerem políticas e serviços e expandirem o aprendizado virtual para profissionais de saúde para que saibam como identificar e apoiar sobreviventes de violência durante a pandemia e alguns lugares que usam abordagens inovadoras para garantir que sobreviventes de violência possam pedir ajuda discretamente, como por meio de palavras em código ou sinais com as mãos.

Pacientes positivos para COVID-19 também experimentam insônia, delírio ou até depressão, pontuou a diretora da OPAS.

Muitas pessoas têm medo de desenvolver doença grave, outras estão, compreensivelmente, preocupadas com suas vidas, observou.

Pesquisa preliminar indica que até um terço dos pacientes em recuperação da COVID-19 pode ter mudanças duradouras em seu humor e sofrer de ansiedade ou depressão.

As doenças mentais são uma epidemia silenciosa que afetou as Américas muito antes da COVID-19, com depressão e ansiedade listadas como duas das principais causas de incapacidade.

A região também possui o segundo maior consumo de álcool do mundo. Emergências podem piorar nessas condições, Etienne ressaltou.

Durante a pandemia, “muitos de nós sentimos medo de uma infecção ou ansiedade quando estamos doentes; tristeza porque nossos entes queridos sucumbiram ao vírus; incerteza sobre o futuro, pois os empregos e a vida como conhecíamos ficaram ameaçados; oprimidos pelas notícias e desinformação; e solitários ou isolados após semanas ou mesmo meses de distanciamento social.

Todos nós estamos sofrendo – especialmente aquelas pessoas afetadas por problemas de saúde mental pré-existentes”.

“Devemos nos empenhar para que aqueles que vivem com problemas de saúde mental, bem como sobreviventes da violência, tenham os recursos e o apoio dos quais precisam.

Esta pandemia nos lembra que uma boa saúde mental é necessária para o bem-estar das pessoas e das sociedades”, finalizou a diretora da OPAS.

Falar Pode Mudar Tudo: movimento alerta sobre a importância de discutir transtornos mentais e demonstrar apoio a pacientes

Iniciativa trata sobre o impacto da pandemia na saúde mental e o preconceito contra pessoas que lidam com transtornos psicológicos

Ansiedade e depressão são alguns dos transtornos mentais que possuem diferentes apresentações e geralmente são caracterizados por uma combinação de pensamentos, percepções, emoções e comportamento anormais, que também podem afetar as relações com outras pessoas1. Os transtornos mentais são responsáveis por mais de um terço do número total de incapacidades nas Américas2 e, no Brasil, depressão e ansiedade correspondem à quinta e sexta causas de anos de vida vividos com incapacidade3. Porém, o preconceito contra indivíduos nestas condições persiste e pode causar piora dos quadros.

Diante desse cenário, a Libbs Farmacêutica se uniu ao Centro de Valorização da Vida (CVV) e à Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA) para dar continuidade à campanha Falar Pode Mudar Tudo, lançada em 2019. A causa visa desmistificar os estigmas em relação aos transtornos mentais, combater os preconceitos que a própria sociedade tem sobre eles e reforçar como pequenas atitudes podem mudar a vida de uma pessoa com transtorno mental.

Momento atual

“Não tem como falar de saúde mental nesse momento sem abordarmos a pandemia da Covid-19 e o isolamento social que o mundo vive”, afirma Dra. Giuliana Cividanes, mestre em psiquiatria pela Unifesp. Quem já tinha alguns traços de transtorno mental ou estava com os sintomas sob controle corre o risco de piorar nessa quarta onda da pandemia, a que afeta a saúde mental. “É uma situação de estresse prolongado, de ausência de perspectiva de futuro, de mudanças enormes para a sociedade. O medo de contrair o vírus já está passando, mas os impactos na saúde mental estão crescendo”, aponta. O isolamento é especialmente prejudicial. “Somos sociais, temos neurônios espelho que precisam do contato do outro para se manterem equilibrados”, ressalta Dra. Giuliana.

A Causa

Falar Pode Mudar Tudo alerta para a fala e a escuta ativa entre as pessoas para que não haja um adoecimento ainda mais amplo da sociedade, principalmente em tempos de distanciamento social. “As manias, medos, ansiedades e irritações se tornaram muito mais evidentes nesse período e, consequentemente, há um aumento da autocobrança”, alerta a especialista. “Buscar ajuda profissional é fundamental para um melhor entendimento e tratamento adequado dos transtornos mentais”. O preconceito afasta as pessoas do convívio social, o que pode agravar o transtorno e ser ainda mais prejudicial para o paciente. “Trazer a importância de falar, para quem sofre, é tão importante quando mostrar ao outro que é preciso saber ouvir”, comenta Dra. Giuliana.

Sobre Falar Pode Mudar Tudo

Nos próximos meses, o movimento abordará questões que envolvem o preconceito contra quem lida com transtornos mentais em formato de lives, webmeetings e uma websérie de três episódios. Nas redes sociais, os conteúdos podem ser acessados no Instagram e no Youtube. No ano passado, a campanha abordou a importância de falar sobre um grande tabu: o suicídio, com a participação de Carlinhos Brown no videoclipe “Vozes do Silêncio”.

Sobre a Libbs Farmacêutica

A Libbs é uma indústria farmacêutica brasileira 100% nacional, que está no mercado há mais de 60 anos e conta com cerca de 2.600 colaboradores. A companhia investe 10% de seu faturamento entre P&D e inovação e comercializa cerca de 90 marcas em mais de 200 apresentações de medicamentos, distribuídos nas seguintes especialidades: cardiovascular, ginecologia, oncologia, dermatologia, respiratória, transplantes e sistema nervoso central. Foi a primeira indústria farmacêutica a implantar o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (rastreabilidade).

Recentemente, inaugurou sua unidade de Biotecnologia, responsável pela produção de medicamentos biológicos indicados para tratar câncer e doenças autoimunes, com tecnologia single-use (produção que utiliza biorreatores com bolsas descartáveis). Por entender que tratar da vida vai além de fabricar medicamentos, a empresa também realiza um trabalho de responsabilidade social corporativa com o apoio a projetos educacionais, culturais e esportivos com foco em saúde, educação e qualidade de vida, sempre vinculados à superação de limitações. O seu propósito é contribuir para que as pessoas alcancem uma vida plena e sua aspiração é ser a farmacêutica brasileira mais admirada do mundo.

Referências bibliográficas

Organização Pan-Americana da Saúde. Folha informativa – Transtornos mentais [internet]. [acesso em 20 jul. 2020] 2018. Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5652:folha-informativa-transtornos-mentais&Itemid=839.

Nações Unidas Brasil. Transtornos mentais são responsáveis por mais de um terço do número total de incapacidades nas Américas [internet]. [acesso em 20 jul. 2020] 2019. Disponível em: https://nacoesunidas.org/transtornos-mentais-sao-responsaveis-por-mais-de-um-terco-do-numero-total-de-incapacidades-nas-americas/#:~:text=Embora%20os%20transtornos%20mentais%20sejam,Americana%20da%20Sa%C3%BAde%20(OPAS).

Lopes CS. Como está a saúde mental dos brasileiros? A importância das coortes de nascimento para melhor compreensão do problema. Cad. Saúde Pública. 2020; 36(2): e00005020. [acesso em 20 jul. 2020]. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2020000200201&lng=en

Compartilhe:: Participe do GRUPO SEGS – PORTAL NACIONAL no FACEBOOK…:
https://www.facebook.com/groups/portalnacional/

<::::::::::::::::::::>
IMPORTANTE.: Voce pode replicar este artigo. desde que respeite a Autoria integralmente e a Fonte…  www.segs.com.br

Covid: maior parte das pessoas que procuram os serviços de saúde mental tem entre 18 e 29 anos

Foto: AFP

Quase 2.500 pessoas já procuraram atendimento remoto por meio da Plataforma de Atendimento Inteligência (Plantão Coronavírus), da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa) com queixas relacionadas à saúde mental durante este período de pandemia do novo coronavírus. Pelo menos 35% dos atendimentos foram para pessoas de 18 a 29 anos de idade.

Conforme balanço da plataforma, em seguida, com 32,11% estão pacientes de 30 a 39 anos. Os sintomas mais relatados são: ansiedade (30,8%), choro fácil (15%) e tristeza (14,17%).

Cerca de 70% das ligações foram feitas por mulheres. O fator de risco mais comum dentre aqueles que acionam o atendimento gratuito é a pressão alta.

O psicólogo Raymundo Neto explica que transtornos de saúde mental estão cada vez mais presentes e, muitas vezes, se confundem com sintomas da Covid-19, como a falta de ar. De acordo com Raymundo, a ansiedade é uma queixa comum na atualidade. O corpo responde para algo não necessariamente fisiológico ou concreto.

“Se eu antecipo algo do futuro, isso não existe ainda e enfraquece a pessoa. Perde-se a sensibilidade de viver o hoje, o real. Em tempos de Covid, de pandemia, isso é prato cheio. Começamos a viver algo que não é real. Será se eu estou doente? Será se não? É uma psicossomatização. Gera inúmeros transtornos”, afirma Raymundo.

Dos 2.451 pacientes classificados pela Sesa, 2.162 são de Fortaleza. O psicólogo acredita que a maior demanda por uma faixa etária específica não significa que mais pessoas jovens têm ansiedade, e sim que elas têm mais acesso à informação sobre a existência da plataforma.

Serviço
O atendimento do Plantão Coronavírus pode ser feito via WhatsApp pelo número (85) 9 8439.0647. Basta mandar um “oi” para receber orientações e ser atendido por uma equipe de saúde do Governo.

A iniciativa é da Sesa junto com o Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará (Íris). O Plantão Coronavírus também atende 24 horas por meio do Telesaúde 0800.275.1475.


A arte na psiquiatria

Durante o reinado de Dom Pedro II, mais especificamente em 1852, foi inaugurado o primeiro hospital psiquiátrico do Brasil. Apelidado de “Palácio dos Loucos”, serviu de modelo para o surgimento de outros manicômios da época, que tinham como principal função a exclusão de pessoas consideradas indesejáveis pela sociedade.

As explicações científicas para doenças mentais ainda não eram muito conhecidas, dificultando ainda mais o tratamento desses indivíduos. Porém, na década de 80, ganhou força o movimento da Reforma Psiquiátrica.

Consequência da Reforma Sanitária (anos 70) significou a mudança de postura do país em relação às práticas desumanas e condições deploráveis nos hospitais psiquiátricos da época.

Marca-se o surgimento do primeiro Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) em 1987, que visa a substituição do asilamento por novos métodos de tratamento, entre eles, oficinas artísticas que permanecem sendo utilizadas até os dias de hoje.

Contudo, a arte como tratamento já era estudada décadas antes da reforma. No Brasil, uma figura que colaborou muito para essa transformação foi Nise da Silveira (1905-1966).

A médica se mostrava totalmente contra os métodos aplicados em manicômios de sua época, preferindo técnicas artísticas, que auxiliavam na expressão dos conflitos mentais dos pacientes. O tratamento se mostrou efetivo até mesmo para os casos mais graves, tornando-a reconhecida nacional e internacionalmente.

Fora do Brasil, Sigmund Freud (1856-1939) também abordava sobre a arte em seus estudos de psicanálise. Segundo o médico, todos os artistas, por meio de suas representações, expressam desejos profundos, inicialmente reprimidos do inconsciente. Com pessoas acometidas por doenças mentais, não é diferente.

Tais símbolos retratados quando analisados e compreendidos, podem levar aos melhores caminhos para o tratamento de transtornos. Além disso, ainda na visão de Freud, a arte também possibilita o autoconhecimento e melhor aceitação das emoções da parte daquele que produz.

Desse modo, é notável que a expressão artística, independente de sua forma, pode ser uma grande aliada no combate ao asilamento e ao preconceito com relação aos pacientes de hospitais psiquiátricos. Afinal, de acordo com o artista plástico Alberto Giacometti (1901-1966), “a arte e a ciência consistem em tentar compreender”.

Com supervisão de Nicole Almeida.

aumento dos problemas de ansiedade e de depressão”

Já depois do período de desconfinamento, mas ainda com alguns casos de Covid-19 a surgirem todos os dias, o impacto psicológico da pandemia é uma realidade e tem vindo a ser negativo, como explica ao Jornal A VERDADE Márcia Mendes, diretora do Serviço de Psicologia do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS).

“A situação de isolamento, de incerteza perante o futuro, de perdas e lutos em condições não expectáveis tem vindo a determinar um aumento dos problemas de ansiedade e de depressão. Nunca se tinha verificado uma quarentena de milhões de pessoas em simultâneo, sem um término à vista e com incerteza associada – e esta situação obviamente corresponde a um aspeto negativo para a resiliência da saúde mental”, refere, “sem esquecer de mencionar as questões de pessoas portadoras de doenças crónicas, perturbações mentais prévias e situações vulneráveis, como o caso da gravidez e violência doméstica”. A pandemia “veio obrigar a uma adaptação em todas as áreas da vida, profissional, familiar, social, e isto trouxe e continua a trazer consequências negativas para muita gente”, como perdas de emprego, corte nos contactos sociais, adaptação dos contextos familiares e perdas significativas económicas e emocionais, como por exemplo, “o aumento do número de divórcios”.

No entanto, a psicóloga indica também que “há casos de pessoas e famílias que conseguem tirar algo de positivo, como a reaproximação, melhorias nos contextos familiares, entre outros, mas são menos estes casos”.

De forma a dar resposta à necessidade, “que aumentou exponencialmente”, de apoio psicológico e de cuidados na área da saúde mental, foram criados vários serviços em Portugal, como linhas de apoio psicológico a nível municipal e nacional.

É importante garantir que quem se sente mais afetado e desamparado tem a quem recorrer para encontrar formas saudáveis de se adaptar às novas circunstâncias e aqui efetivamente temos a procura do apoio psicológico.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, os grupos de maior risco são os profissionais de saúde, as crianças e os adolescentes, as vítimas de violência doméstica, os idosos e as pessoas com quadros de doença mental pré-existentes ou com outras doenças: “efetivamente, da minha experiência em contexto hospitalar, verifiquei que estes grupos procuraram mais apoio junto do Serviço de Psicologia”.
FOTO: ENGIN AKYURT/UNSPLASH
O impacto em casos de problemas de saúde mental “será muito significativo”
“O impacto [nos casos de problemas de saúde mental] será muito significativo, disso não tenho dúvidas, em Portugal e em todo o mundo. É inevitável que assim aconteça”, esclarece a psicóloga, sublinhando que difere de acordo com o tipo de perturbação mental.

Os problemas que, a curto prazo, têm surgido “de uma forma mais aguda e que exigem maior atenção” têm a ver com as doenças mentais graves, como por exemplo, as psicoses, “uma vez que estes doentes são muito vulneráveis, pela sintomatologia e pela incapacidade decorrente da doença” e são pessoas que, normalmente, “dependem de uma rede social de apoio”. No contexto atual, para estes casos sugere “que se olhe para estas pessoas, para os sem-abrigo, para os idosos que vivem isolados, sendo estes os grupos mais vulneráveis, e se tomem medidas inovadoras e concertadas”.

Já no caso das perturbações mentais comuns, como a ansiedade e a depressão, a profissional não acredita que “os efeitos a curto prazo sejam muito significativos, embora, a longo prazo, se possa esperar um aumento da prevalência e agravamento destas perturbações mentais no sentido ascendente, que, muito provavelmente, vão passar de um nível ligeiro, moderado, para um nível mais grave – mas isto não se vai verificar já”. Aconselha medidas em torno da “informação e contenção em relação à ansiedade e aos medos que são veiculados”, sendo “importante que sejam concebidos mecanismos que ofereçam informação a nível local e nacional, com um reforço das respostas já existentes e, se necessário, com a criação de novas respostas”.

“A medida mais importante é o reforço dos serviços de saúde públicos, mais do que o aparecimento de várias iniciativas espontâneas, mesmo por parte de organizações não-governamentais. O que será decisivo é a nossa capacidade de evitar a rutura com o nosso sistema de saúde e com o nosso sistema de apoio social”, refere.

É muito importante que se preserve a saúde mental positiva, a sensação de energia, a coragem para acreditar que vale a pena seguir em frente, a vontade de enfrentar os problemas, porque quando passar esta época mais aguda e entrarmos na fase de desgaste e olharmos para o número de mortos e quantos dos nossos significativos perdemos, aí sim tudo se vai agravar. Aqui sim, ter saúde mental será importante para a sobrevivência de todos.
FOTO: ANNIE SPRATT/UNSPLASH
De um lado, a indiferença perante a pandemia e, do outro, o medo extremo de ficar doente
“Como em tudo, há sempre extremos”, comenta Márcia Mendes. “Por um lado, temos as pessoas que são indiferentes perante a pandemia e que, portanto, não demonstram qualquer respeito cívico; quer seja por acharem a situação um exagero, quer seja por acharem que o vírus não lhes chega. E claro, este grupo de pessoas acaba por ser um risco. Do outro lado, temos as pessoas demasiado ansiosas, com medo extremo de ficarem doentes, que adotam estratégias exageradas no que diz respeito aos cuidados a ter”, explica.

Atualmente, a psicóloga confessa que, com exceção das pessoas que vê de máscara pelas ruas, “parece realmente que tudo acabou”, já que, “nas zonas balneares e nas cidades, o aglomerado de pessoas é grande e estas comportam-se com naturalidade diante da ameaça, invisível para muitos” e, nas redes sociais, assiste-se “a críticas e desmentidos das notícias calamitosas dos números e mortes, apontando o dedo à imprensa no sentido de que eventualmente estará a adulterar os números e manipular as notícias”.

O facto de não querer ver a ameaça, não faz com que ela não exista, ou seja, a recusa em aceitar é colocar vidas em risco.

“A minha vida mudou muito com a pandemia e eu vou continuar a respeitar estes limites, esta é a minha missão, o meu compromisso, quer como profissional de saúde, quer como pessoa. Acredito na importância daquilo que faço na instituição de excelência onde trabalho, é preciso cada um ser um exemplo, uma inspiração na aceitação e na resiliência que espera de cada um de nós”, acrescenta.
FOTO: CHRIS MONTGOMERY/UNSPLASH
“A recuperação é um momento de alegria e comemoração, mas é necessário continuar a cuidar de si”
Para as pessoas que estão a recuperar da Covid-19, Márcia Mendes comenta que “é importante saber que não se está sozinho” e que “é natural” surgirem várias questões: “Como é que posso ter a certeza de que já não tenho o vírus? É seguro estar com outras pessoas? Porque é que não consigo deixar de pensar nisto? Não era suposto sentir-me totalmente recuperado?”. A incerteza “é predominante e afeta também a fase de recuperação da doença”, já que “ainda não existe certeza sobre a total impossibilidade de contágio de outros após a recuperação, a forma como o sistema imunitário responderá à Covid-19 ou a possibilidade de se voltar ou não a ser infetado”.

Durante algum tempo, avisa, é possível sentir fadiga intensa e cansaço, dores musculares, ter falta de energia e tosse, mas também o receio de ser estigmatizado, tristeza, ansiedade, impotência para se proteger, frustração e vontade de se afastar das pessoas mais próximas ou de atividades.

Desta forma, “a recuperação é um momento de alegria e comemoração, mas também é necessário continuar a cuidar de si, da sua saúde física e psicológica”. “Espere uma recuperação pouco linear, aceite que está em recuperação, seja paciente consigo próprio, dê um passo de cada vez, saiba que é provável que se sinta sozinho, mas saiba que não está; partilhe a sua experiência, relaxe reservando diariamente momentos de relaxamentos para si e a sua família e peça ajuda, se necessário”, aconselha.
Dicas para gerir esta fase de pandemia
Como sugestões para melhor gerir esta fase de pandemia que ainda se vive, a psicóloga sugere:

– É importante interiorizar que é algo temporário e manter a esperança. “Pode parecer difícil «ver a luz ao fundo do túnel», mas, em vez de pensarmos que será assim «para o resto da nossa vida», é preferível encararmos a situação um dia de cada vez, semana a semana. Nenhuma situação é permanente. Por exemplo, se perdeu o seu emprego encare este período como a transição entre ter ficado desempregado e estar de volta ao trabalho. Existem profissionais em todo o mundo a trabalhar com o mesmo objetivo, para que tudo se restabeleça”.

– É natural que surjam, perante circunstâncias desafiantes, emoções como o estar triste, o sentir o desânimo, a frustração, o medo, por isso, é importante respeitar e aceitar.

– Manter-se ativo é crucial: manter os objetivos e projetos anteriores à pandemia, ajustando às circunstâncias; tentar estabelecer objetivos diários, focar em ideias e ações mais específicas e positivas que permitam concretizar objetivos maiores a médio e longo prazo, perspetivando o retorno gradual à normalidade; e realizar atividades que permitam sentir prazer ou procurar encontrar outras para as quais nunca houve tempo.

– Se não for possível o encontro pessoal, encontrar-se virtualmente com familiares e amigos; se todas as condições de segurança estiverem asseguradas, encontrar-se pessoalmente. O expressar os afetos e medos, faz perceber que não se está sozinho e que muitos sentem o mesmo.

– Fazer exercício e manter uma boa higiene do sono é muito importante, já que a condição física melhora o humor e a saúde e o sono é uma enorme influência no equilíbrio emocional.

– Selecionar a informação, especialmente da negativa, triando apenas a informação que é proveitosa.

– Esta é uma fase difícil e em momentos difíceis todos podem precisar de ajuda, por isso, não se deve hesitar e pedir ajuda, se achar necessário.

Pesquisa analisa saúde mental de pesquisadores durante pandemia

A pesquisa está sendo realizada no Research Centre for Gas Innovation (RCGI) da Escola Politécnica (Poli) da USP e inclui 370 pessoas entre pesquisadores e funcionários da administração – Foto: Arquivo pessoal/Paulo Brandão

Quais os prejuízos e riscos à saúde mental que a situação de enfrentamento à covid-19 trouxe à comunidade científica e aos funcionários da administração de um centro de pesquisa de grande porte? Como minimizar esse impacto e favorecer a existência de um ambiente de trabalho saudável, mesmo que boa parte das atividades ainda seja executada de forma remota? Essas são algumas das perguntas contempladas por um projeto do Research Centre for Gas Innovation (RCGI), centro de pesquisa sediado na Escola Politécnica da (EP) da USP que conta com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Shell.

A partir do estudo de caso e de ações promovidas visando as mais de 370 pessoas que trabalham no e para o RCGI – entre pesquisadores, gestores e funcionários da administração -, o projeto prevê o desenvolvimento de ferramentas, como guia de boas práticas, treinamento e conscientização sobre os riscos psicossociais trazidos pela pandemia do novo coronavírus, além da produção de uma metodologia para identificá-los e minimizá-los que possa ser replicada em outras instituições acadêmicas e centros de pesquisa científica e tecnológica.

“As condições sociais estão agravadas, porque muitos medos se misturam”, afirma a advogada Raíssa Moreira Lima Mendes Musarra, doutora em Sociologia, responsável pela metodologia do projeto. “Não apenas dentro do ambiente do trabalho; há os medos sociais, no nível micro e macro, entre eles o estigma do contaminado, o temor de pegar a doença, o de ficar longe da família, entre outros.”

O projeto, que se encontra na fase de busca de financiamento, inclui a aplicação de protocolos para a identificação de riscos psicossociais laborais, adaptados ao trabalho acadêmico e à situação da pandemia.

No RCGI, já foram realizados dois workshops em ambiente virtual sobre o tema da saúde mental depois do início da quarentena. O primeiro ocorreu em maio e o segundo, em julho, contou com a participação das pesquisadoras Olívia Pasqualeto, professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e doutora em Direito do Trabalho e da Seguridade Social, e Carolina Spack Kemmelmeier, cuja tese de doutorado trata de violência psicológica e saúde do trabalhador. Um terceiro encontro deverá ser realizado ainda em agosto.

Foto: Ática e Scipione Abril Educação – Flciker / Fotomontagem -Jornal da USP

Desde setembro de 2019, Raíssa vinha atuando como voluntária no grupo de Health, Safety and Environment (HSE) — saúde, segurança e ambiente – dentro do RCGI, ao lado da psicóloga Karen Louise Mascarenhas, gestora de recursos humanos do centro, e do pesquisador iraniano Mahdi Tavakkolaghaeim, engenheiro e mestre em HSE. Com o surgimento da pandemia, o grupo voltou as suas atenções de maneira mais concentrada para a saúde mental. Entre algumas questões já identificadas nesse período de home office estão uma sobrecarga maior de trabalho, eventualmente com jornadas ampliadas para mais de 10 horas diárias, e a ausência ou redução de feedback por parte dos pares, fazendo com que os pesquisadores não percebam a valorização do próprio trabalho.

Raíssa Mendes afirmou que, em alguns casos, medidas simples, como o estabelecimento de metas claras pelo gestor e de limites para o trabalho remoto (como, por exemplo, não responder e-mails a partir de um determinado horário), podem fazer uma grande diferença no bem-estar. “Mesmo para a entrega de resultados, é preciso ter uma padronização”, afirma. Pelo lado dos pesquisadores que fazem a gestão de projetos, também foram identificadas questões como a ausência de treinamento durante a sua formação acadêmica justamente para serem gestores. Entre os objetivos do projeto está a promoção do diálogo entre os diferentes atores sociais da comunidade científica.

A volta do trabalho presencial, em particular aos mais de 20 laboratórios do RCGI, demanda uma atenção especial, segundo Raíssa. Principalmente porque é provável que, em setembro, seja feito um revezamento de trabalhadores e pesquisadores. “Estamos pedindo para evitar que os pesquisadores fiquem muito tempo sozinhos em ambientes confinados, com produtos inflamáveis ou de risco químico ou físico”, diz, acrescentando que, quando isso for necessário, funcionários da administração deverão ser avisados. “É preciso ter esse cuidado, pois identificamos um risco maior em quem trabalha em laboratório.”

Os protocolos deverão incluir ainda questões que afetam a saúde mental e não têm necessariamente relação com a pandemia, como assédio moral dentro do ambiente de trabalho. De acordo com Raíssa, esse tipo de violência nem sempre ocorre quando há uma diferença hierárquica e pode ser praticada pelos pares de determinado trabalhador ou pesquisador.

O diretor científico do RCGI, professor Júlio Meneghini, será o pesquisador responsável pelo projeto. Uma das preocupações é impedir a desaceleração do ciclo de desenvolvimento científico do país e minimizar as influências adversas da covid-19, uma vez que a saúde mental é fundamental para que o indivíduo realize suas habilidades, lide com o estresse normal da vida, trabalhe produtivamente e contribua com a comunidade.

 

Sobre o RCGI

O Fapaes SHELL Research Centre for Gas Innovation (RCGI) é um centro de pesquisa financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e pela Shell. Conta com cerca de 400 pesquisadores que atuam em 46 projetos de pesquisa, divididos em cinco programas: Engenharia; Físico/Química; Políticas de Energia e Economia; Abatimento de CO2; e Geofísica. O Centro desenvolve estudos avançados no uso sustentável do gás natural, biogás, hidrogênio, gestão, transporte, armazenamento e uso de CO2.

Angela Trabbold/Acadêmica Agência de Comunicação

Mais informações: https://www.rcgi.poli.usp.br/pt-br/ comunicacao@academica.jor.br

Medicamentos para saúde mental têm aumento de 16% nas vendas

Segundo o Farmácias APP, aplicativo de vendas online de itens de saúde e beleza, medicamentos para ansiedade e insônia tiveram crescimento de 20% nas vendas nos seis primeiros meses do ano, quando comparadas ao mesmo período do ano passado. Como consequência, o faturamento desses itens registrou alta de 24%.

Leia mais:

De acordo com a coordenadora de marketing do aplicativo, Renata Morais, o crescimento na venda desses medicamentos já era uma tendência, potencializada com a quarentena provocada pela pandemia da Covid-19.

O levantamento contempla vendas realizadas no varejo farmacêutico nos canais físicos e online. Outros medicamentos para bem-estar e saúde mental também foram procurados com mais frequência pelos consumidores.

No primeiro semestre deste ano, os antidepressivos e reguladores de humor tiveram variação positiva de 17% nas compras, número que resultou um faturamento 18% maior. Seguindo a tendência, os antipsicóticos, que incluem medicamentos para esquizofrenia e bipolaridade, também registraram aumento de compras no período. (Fonte: Brasil 61)

Dia do psicólogo: saúde mental é assunto que precisa de atenção especial em tempos de pandemia

É importante cultivar os sentimentos de esperança e confiança. – ( Foto: askplanosdesauders/ shutterstock)
As notícias oficiais em relação à propagação do coronavírus têm intensificado a divulgação dos cuidados para a saúde física da população e evitar o contágio. Porém é também de fundamental importância, que em tempos de isolamentos sociais e aumento na tensão e estresse, que haja um cuidado especial em relação à saúde mental de toda a população. No dia do psicológo, retomamos o assunto com duas especialistas desta área.

A primeira orientação geral é que se tomem as medidas preventivas sem pânico. Os especialistas são unânimes quando o assunto é para que se mantenha a calma, principalmente, em relação a grupos específicos, como idosos, crianças e adolescentes.

Para especialistas, há maneiras de minimizar impactos emocionais ocasionados tanto pelo excesso de notícias veiculadas diariamente, como pelo isolamento social, necessário e recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

 

Para a especialista Raquel, é preciso cuidados especiais com os idosos

“É fato que estamos em momentos de exposição a agentes estressores, que exigirão respostas emocionais e comportamentais visando o equilíbrio psicofísico. Relevante lembrar que esse momento de mudanças abruptas no nosso cotidiano, apesar de ser necessário, é temporário”, afirma a psicóloga, especializada em stress e mestre em psicologia, Raquel Icassati Almirão.

É preciso, segundo a especialista, que as pessoas sejam eficientes e conscientes na transmissão das informações. “Algumas pessoas entram num estado de ansiedade, de tensão e de medo que podem beirar o pânico. Essas pessoas que entram nesse estado precisam ser tranquilizadas, de preferência por pessoas que a conhecem e que conseguem fazer com que a informação seja oferecida de uma forma responsável e esclarecedora”.

A consciência geral é que esse período é fundamental para manter a saúde de milhares de pessoas e esse pensamento pode gerar um sentimento de solidariedade simultâneo e gerar, assim, um conforto coletivo. “Essa necessidade de manter o isolamento social é para manter a maioria da população no seu status de saúde atual, um estado de saúde geral bom e estável, inclusive para as pessoas mais vulneráveis”.

Alternativas como meditação e pensamentos de gratidão chegam em horas fundamentais para alívio do estresse e da ansiedade. “Essa proposta de meditação tem um valor imensurável, positivo, e até mesmo necessário para que a gente possa estar dentro desse isolamento social com paz, com presença no agora e com equilíbrio. A outra ideia é a tecnologia que vai nos ajudar a continuar mantendo os vínculos com as pessoas que não estão próximas”.

Cuidados e atenção

Para a psicóloga e especialista em cuidados paliativos (com experiência em saúde mental), Gabriela Silva Molento, a hora é para uma higienização mental. “Em situações que nos fazem sentir vulneráveis e frágeis, como a que estamos vivendo hoje em relação ao coronavírus, são acionados nossos instintos de sobrevivência, o qual pode nos gerar emoções como o medo e comportamentos impulsivos, nesses momentos é fundamental parar, respirar fundo e refletir para encontrarmos soluções criativas. A reflexão e a criatividade são dois instintos naturais do ser humano que o auxilia a realizar ações mais conscientes, construtivas e benéficas”.

 

 

Quando se trata de idosos e crianças, ambos precisam de maior atenção e instrução a respeito das coisas, “É importante ter paciência e muito diálogo com eles para que também possam colaborar com as prevenções, é o modo que podemos colaborar com a vida de quem amamos e de toda uma sociedade. Uma dica importante para conversar com as crianças é a de usar a linguagem lúdica, como se fosse uma história de conto de fadas, pode-se personificar o coronavírus com personagens e vilões de uma história que ela goste, essa é uma forma de ajudá-las a se apropriar da realidade e dos perigos que a envolve sem pânico, mas com entendimento. O lúdico é instrutivo e organizador para a mente da criança.”

Do mesmo modo que Raque destaca que a soma de esforços é o que vai mudar o atual cenário. “Neste momento o ideal é unirmos nossos instintos de sobrevivência, a nossa reflexão e criatividade ao senso ético humano. Assim somamos as soluções e ações prezando valores e princípios como a solidariedade, a empatia, a dignidade para com a gente e o outro, tudo o que nos leva a construir e criar estratégias saudáveis e benéficas para a vida. Diante o imprevisível é preciso parar e entrar em contato com nosso lado reflexivo, sensível e humano o qual significa nosso lugar sagrado, o qual deve ser respeitado”.

Se precisar, procure ajuda, mas sem sair de casa!

Para o Conselho Regional de Psicologia, frente a situações como o coronavírus ficamos vulneráveis e para amenizar esse impacto criamos novas formas de enfrentamento a esses conflitos e a orientação, nesse sentido, é clara:  pesquisar por notícias sempre de fontes legítimas e confiáveis como os órgãos de governo e a Organização Mundial de Saúde. Assim que possível, é sempre importante buscar acompanhamento de um profissional, seja nos serviços públicos ou na rede privada de saúde. Hoje, o Conselho Federal de Psicologia já regulamenta o atendimento online, que pode ser uma saída para as pessoas acessarem serviços psicológicos em tempos de isolamento social. Acesse: https://e-psi.cfp.org.br/psicologas-cadastradas/

Dicas para o período de isolamento social:

Que tal colocar a leitura em dia? Na correria do dia a dia, o hábito fica um pouco esquecido, não é mesmo? E se quiser um livro novo, você pode optar por compras online ou bibliotecas virtuais
Evite os impactos de sair da rotina, em caso de home office, mantenha os horários e a produtividade, com os intervalos usuais do seu ambiente corporativo.
Utilize informações oficiais para informar-se sobre a pandemia. Fake news provoca mais ansiedade e gera desinformação. Acesse o site desenvolvimento pela Secretaria de Saúde – http://www.coronavirus.ms.gov.br/
Utiliza a tecnologia a seu favor – seja para entretenimento, seja para comunicação com quem está distante, principalmente, com os idosos
Para quem tem idosos conectados, estimular e manter o contato virtual de forma a atender as necessidades deles e também o uso da tecnologia de forma afetiva, reforça os laços afetivos e mantém a atenção à saúde geral de todos. Que tal a famosa videochamada?
Seja solidário, ajude um vizinho idoso, mantendo a segurança sanitária necessária. Isso também pode ajudar de forma efetiva a manter em dia a saúde mental
Use a criatividade. Experimente novos hábitos! Faça atividades físicas em sua residência.
Mantenha o otimismo, sem se descuidar dos cuidados necessários para o combate à pandemia.
Tenha em mente: O foco maior deve ser o de fazer a sua parte individual sempre pensando no bem comum.
“É importante cultivar os sentimentos de esperança e confiança. Até certo ponto somos limitados e impotentes, entender essa natureza humana é fundamental para não nos perder em emoções como a culpa e neuroses de perfeccionismo”, finaliza Gabriela.

Este trecho é parte de conteúdo que pode ser compartilhado utilizando o link: https://www.acritica.net/editorias/saude/dia-do-psicologo-saude-mental-e-assunto-que-precisa-de-atencao-especia/472776/ – as ferramentas oferecidas na página. Textos, fotos, artes e vídeos do jornal A Crítica de Campo Grande estão protegidos pela legislação brasileira sobre direito autoral. Não reproduza o conteúdo do jornal em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do jornal (redacao.acritica@gmail.com). Essas regras têm como objetivo proteger o investimento que o jornal “A Crítica” faz na qualidade de seu jornalismo.

Notícia – Psicóloga de Itapeva orienta comerciários sobre cuidados com a saúde mental

O comércio está reabrindo e, aos poucos, tudo parece estar voltando ao normal. Entretanto, a cura para a Covid-19 ainda não existe e muitos comerciários da base territorial do Sincomerciários de Itapeva que não ficaram em quarentena e seguem na linha de frente, permanecem inseguros. Outros, que estão voltando agora com a flexibilização, sentem medo.

De acordo com a psicóloga Priscila Lira, conveniada ao Sindicato, muitos trabalhadores relatam ansiedade extrema, desconforto, tristeza e, até mesmo, frustração. “As dificuldades começaram a surgir com a necessidade da redução e distanciamento do contato físico. Outra reação foi de estresse agudo, que com a pandemia houve uma mudança súbita e inesperada. Porém, o foco de apreensão é o medo de ser contaminado”, aponta.

Segundo relata a psicóloga, nesse momento são comuns as manifestações de desamparo, tédio e raiva pela perda de liberdade. “Para passar por essa fase, cuidados em saúde mental são necessários”, afirma.

Segurança dos protocolos

Para Priscila, algumas pesquisas recentes sobre a saúde mental dos trabalhadores apontam que, quanto maior for a sensação de segurança no protocolo, nos instrumentos e ferramentas de trabalho, maior a sensação de estabilidade emocional, confiança na estratégia e principalmente de autoconfiança. “Por isso é importante, diante deste novo cenário e com o objetivo de seguir preservando a saúde, o emprego e a continuidade do negócio, definir protocolos de retorno ao trabalho”, argumenta.

Para quem perdeu o trabalho, Priscila enfatiza a importância de manter hábitos e medidas mais saudáveis mentalmente. Ainda reforça a necessidade de não parar diante do problema. “É não se basear nas circunstâncias, mas muito mais na capacidade. Adaptar os conhecimentos que já tinha às novas estratégias de trabalho. Superação é uma atitude decisiva nesse momento”, ressalta.

Para a profissional, o momento é um tempo importante para se voltar à essência, além da profissão e da vivência econômica. “É necessário se voltar às habilidades, aos dons e à essência, porque se isso for firme, as circunstâncias não vão alterar o ser, e o ser fortalecido vai começar a responder às circunstâncias”, detalha.

“É necessário também voltar-se para a contribuição. Todas as grandes inovações vieram de um problema, porque pessoas não pararam nele, mas o transformaram em uma possibilidade de oferecer coisas novas ao mundo”, acrescenta.

Para quem está em isolamento, Priscila comenta que é muito importante se manter distante, mas conectado, não perdendo a conexão com amigos e familiares, hoje facilitada pelos celulares e internet. “Para tornar o isolamento tolerável, é muito importante construir uma nova rotina, não ficar de pijamas, e buscar atividades lúdicas e criativas, como pintar, organizar fotografias, leitura, ouvir música, e manter atividade física”.

Priscila destaca também que é importante colocar na rotina algo que gere aprendizado, pois nesse momento parece que tudo está paralisado e isso é prejudicial. “Este é o momento de tirar os planos e projetos e organizá-lo. Ver a crise como oportunidade”, salienta.

A ajuda profissional nesse momento também é muito importante. O Sincomerciários de Itapeva conta com diversos conveniados que dão descontos aos comerciários associados e que podem ajudar. Priscila é uma delas. Com desconto de 30% na consulta, ela atende na Rua Olívia Marques, 178 – sala 5. Mais informações pelo telefone: (15) 9 9727-6982.
Fonte:  Fecomerciários – 27/08/2020

Home office: vantagens e desvantagens deste meio de trabalho que conquistou o mercado

t

É inegável que a pandemia ocasionada pelo novo coronavírus trouxe e trará consequências para a sociedade. Não apenas jurídicas, através das mais diversas decisões de tantas naturezas, mas também é certo que a vida em comunidade não será mais a mesma. Algo que foi diretamente tocado pela COVID-19 se refere ao mundo do trabalho: as empresas precisaram adaptar seus funcionários a uma nova rotina (para uma grande parcela, pelo menos), estabelecendo regime de home office e reuniões telepresenciais para que o negócio não paralisasse completamente.

Na tradução literal da língua inglesa para o português, “home office” é o trabalho em casa. Ou seja, este tipo de trabalho é realizado pelo empregado dentro de sua casa, remotamente. Não é algo novo, afinal, muitas empresas antes da pandemia oportunizam essa modalidade de trabalho aos seus funcionários, mas, com certeza, popularizou-se após todo o mundo ter sido colocado em xeque diante da impossibilidade de se estar reunido, por conta do alto índice de contágio e disseminação do novo coronavírus.

E não são poucos os benefícios do home office: diante da evolução dos meios de comunicação e do progresso da tecnologia foram criados dispositivos portáteis como notebooks, tablets, smartphones, além do desenvolvimento de aplicativos, meios de armazenamento, softwares e sistemas. Enfim, a inteligência artificial é um aliado do empregado que faz home office, fazendo com que este tipo de trabalho entre na casa das pessoas e permita que elas trabalhem precisando apenas de um sinal de internet.

Trata-se de uma alternativa mais barata para o empresário, que pode deixar de se preocupar com o local físico de trabalho e economizar este custo, podendo investir em outros campos da empresa. Fora que, se falarmos em cidades grandes do Brasil, como São Paulo e Rio de Janeiro, que têm quilômetros de congestionamentos todos os dias e transportes públicos lotados, há também o tempo perdido de deslocamento dos empregados, tanto de ida para o trabalho como de volta para casa, o que acarreta perda de tempo e produtividade, que pode ser compensada se o funcionário trabalhar de sua própria casa.

Porém, nem tudo são flores. Se levarmos em consideração que o trabalhador está em casa, em que pese ele possa ser mais produtivo, isso pode levar a mais horas de trabalho. Não é raro ouvir relatos de profissionais das mais diversas áreas alegando que trabalham além do expediente, incluindo finais de semana. Tal comportamento pode levar o empregado ao esgotamento mental, o que vai de encontro a produtividade esperada no home office.

Em matéria recente, a Revista Exame1 divulgou que, em 2017, quando os Estados Unidos realizaram o censo de sua população, somente 3% das pessoas afirmaram que trabalhavam majoritariamente em casa. Agora, com a pandemia, diante da obrigatoriedade de ficar em casa, as pessoas não veem a hora de voltar às suas rotinas normais (ou seja, o dia-a-dia dentro do escritório).

Vejamos o todo: não só as empresas tiveram que se adaptar a uma nova rotina, seguindo às orientações das autoridades de saúde, como também escolas, por exemplo, tiveram que se reinventar para que crianças e adolescentes não tivessem seu ano letivo prejudicado. Da mesma forma que os adultos, as crianças estão tendo aulas online, e pais estão virando tutores, pois a realização das tarefas, por vezes, necessita de supervisão. Suponhamos, portanto, que um casal de trabalhadores em regime de home office tenha um filho nestas condições. Ora, sabemos que crianças demandam atenção e cuidado, ainda mais nesta época em que elas estão forçadamente em casa, deixando de conviver com seus amigos e com bastante energia. Por certo, não deve ser fácil.

Ainda, há uma pressão feita pelo próprio trabalhador a ele mesmo com a necessidade de “mostrar serviço” ao patrão. De acordo com o jornal Folha de São Paulo2, demissões causadas pela pandemia já afetam 13% das famílias e 40% das empresas: ou seja, o medo de ser impactado economicamente pela pandemia aflige o empregado, que reage trabalhando cada vez mais. Unido a isso, o tédio e a falta do que fazer por se estar em casa leva também o funcionário a ficar muito mais horas conectado do que ficaria em uma situação normal.

Tais ponderações levaram à seguinte pergunta: pode ser considerado acidente de trabalho caso o trabalhador contraia Síndrome de Burnout (o esgotamento mental causado pelo trabalho) ocasionado pelo home office durante a pandemia? Sabe-se que o Tribunal Superior do Trabalho (TST) já considera o Burnout como doença ocupacional desde antes de a Organização Mundial de Saúde (OMS) considerá-la um fenômeno ocupacional, o que ocorreu em 20193. A decisão abaixo é de 2015:

REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS. SÍNDROME DE BURNOUT. DOENÇA OCUPACIONAL EQUIPARADA A ACIDENTE DE TRABALHO. VALOR ARBITRADO À CONDENAÇÃO. R$ 30.000,00 (TRINTA MIL REAIS), A TÍTULO DE DANOS MORAIS, REDUZIDO PARA R$ 10.000,00 (DEZ MIL REAIS) PELO TRIBUNAL REGIONAL. STRESS OCUPACIONAL E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO. MAJORAÇÃO DEVIDA. R$ 60.000,00 (SESSENTA MIL REAIS). Dallegrave Neto define o burnout como “um esgotamento profissional provocado por constante tensão emocional no ambiente de trabalho”, ocasionado por um sistema de gestão competitivo, com sujeição do empregado às agressivas políticas mercantilistas da empresa. Segundo Michael P. Leiter e Christina Maslach “a carga de trabalho é a área da vida profissional que está mais diretamente associada à exaustão. Exigências excessivas de trabalho provenientes da qualidade de trabalho, da intensidade dos prazos ou da complexidade do trabalho exaurem a energia pessoal” . Os autores também identificam que, do ponto de vista organizacional, a doença está associada ao absenteísmo (faltas ao trabalho), maior rotatividade, má qualidade dos serviços prestados e maior vulnerabilidade de acidentes no local de trabalho. A síndrome de burnout integra o rol de doenças ocupacionais do Ministério do Trabalho e Emprego. Está inserida no Anexo II do Regulamento da Previdência Social. O mencionado Anexo identifica os agentes patogênicos causadores de doenças profissionais ou do trabalho, conforme previsão do artigo 20 da Lei nº 8.213/91. Entre os transtornos mentais e de comportamento relacionados ao trabalho (Grupo V da CID-10) consta, no item XII, a síndrome de burnout – “Sensação de Estar Acabado (Síndrome de Burnout, Síndrome do Esgotamento profissional)” , que na CID-10 é identificado pelo número Z73.0. No caso específico dos autos, a gravidade do distúrbio psicológico que acometeu a reclamante é constatada pelas informações de natureza fática registradas no acórdão regional: longo período de afastamento do trabalho, com a concessão de benefício acidentário pelo INSS e o consumo de medicamentos antidepressivos, além de dois laudos periciais reconhecendo que a incapacidade laboral da autora é total, a doença é crônica e não há certeza sobre a possibilidade de cura. Por oportuno, este Relator já teve a oportunidade de se manifestar em matéria semelhante, em que se reconhece como passível de reparação por dano moral a exigência excessiva de metas de produtividade, isso porque o sentimento de inutilidade e fracasso causado pela pressão psicológica extrema do empregador não gera apenas desconforto, é potencial desencadeador de psicopatologias, como a síndrome de burnout e a depressão, o que representa prejuízo moral de difícil reversão ou até mesmo irreversível, mesmo com tratamento psiquiátrico adequado. Atenta-se ao fato de que, além da observância ao meio ambiente de trabalho seguro e saudável, conforme assegura a Constituição Federal de 1988, imprescindível considerar, ainda, que cada indivíduo deve ser respeitado em sua singularidade, daí a necessidade de se ajustar o contexto ocupacional à capacidade, necessidade e expectativas razoáveis de cada trabalhador. O Tribunal Regional de origem, ao fixar o valor da reparação por danos morais em R$ 10.000,00 (dez mil reais), não atentou para as circunstâncias que geraram a psicopatologia que acarretou a invalidez da reclamante, oriunda exclusivamente das condições de trabalho experimentadas no Banco reclamado, período em que sempre trabalhou sob a imposição de pressão ofensiva e desmesurada, com o objetivo de que a trabalhadora cumprisse as metas que lhe eram impostas. Portanto, cabível a majoração do valor da indenização por dano moral para R$ 60.000,00 (sessenta mil reais). Recurso de revista conhecido e provido. (TST – RR: 9593320115090026, Relator: José Roberto Freire Pimenta, Data de Julgamento: 29/04/2015, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 08/05/2015)4.

Ressalte-se que, além de ser necessário comprovar o nexo causal entre a moléstia e o trabalho, não se espera que as empresas, neste momento, sejam levadas a erro e voltem a operar fisicamente. É importantíssimo que toda a sociedade contribua ficando em casa, se puder, enquanto durar a pandemia. Os especialistas em saúde fazem recomendações a todo o tempo, e logo a volta ao trabalho acontecerá.

Em contrapartida, algumas empresas devem repensar suas decisões. Foi anunciado durante este período que algumas corporações farão home office até o final do ano; outras, para sempre. Deve-se refletir para verificar se este meio de trabalho, tão prático, é o ideal para o negócio. Se pensarmos em um acidente de trabalho ocasionado por Burnout, talvez, durante a pandemia, as decisões dos tribunais trabalhistas sejam flexibilizadas, pois os juízes não são obrigados a ficar adstritos ao laudo pericial. Porém, quando tudo isso passar, esta interpretação não será a mesma, o que pode alavancar o passivo trabalhista empresarial.

A par de todo o exposto, não importa o cenário, pois se deve lembrar também que o trabalho, assim como a escola, é um meio de socialização: alguns laços de amizade são criados durante o exercício das funções e são levados para toda a vida. Com a tecnologia, o afastamento é inevitável, o que pode levar à solidão. Ainda, as organizações modernas demandam um comprometimento do trabalhador, sendo o mais valorizado aquele que “veste a camisa” da empresa. Muito disso, vem do sentimento de pertencimento àquela organização e, consequentemente, ao ambiente. Lógico que o home office, em épocas normais, durante alguns dias da semana, é um ótimo benefício para o empregado. Todavia, recomenda-se reflexão aos empregadores para a forma de implementação e manutenção desta modalidade após a pandemia.

___________

*Bruna Larissa Feitosa de Carvalho é advogada graduada pela Universidade Tiradentes (UNIT/SE), pós-graduada em Direito e Processo do Trabalho pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e especialista em Gestão de Pessoas e Compliance Trabalhista pela Fundação Getúlio Vargas (FGVLAW-SP).

*Ricardo Calcini é palestrante e Instrutor de eventos corporativos pela empresa Ricardo Calcini | Cursos e Treinamentos, especializada na área jurídica trabalhista com foco nas empresas, escritórios de advocacia e entidades de classe. Membro do IBDSCJ, do CEAPRO, da ABDPro, da CIELO e do GETRAB/USP.

Aplicativo rastreia saúde mental do usuário conforme uso do smartphone Programa desenvolvido por canadenses é capaz de detectar estado emocional carregado dependendo da velocidade e força de digitação; app está sendo testado por 300 pessoas

Ansiedade smartphone
A A A

Pesquisadores da Universidade Dalhouse, no Canadá, decidiram encontrar uma forma de monitorar a saúde mental das pessoas por meio de um equipamento que já se tornou uma extensão do corpo: o smartphone. Com isso, foi desenvolvido o Prosit, um aplicativo que pode detectar ansiedade e depressão com base na maneira com que a pessoa usa o celular.

O programa utiliza recursos fáceis de rastrear, como sonoexercício, chamadas, mensagens e gostos musicais. Porém, também observa dados mais sutis, como velocidade e força de digitação, que podem sugerir um estado emocional carregado. Além disso, todas as semanas, os usuários são convidados a gravar um pequeno áudio de 90 segundos, descrevendo o mais emocionante da semana e relatar os sentimentos em uma escala pré-determinada.

O rastreamento de dados levanta a questão da segurança dos usuários, mas os pesquisadores estão cientes disso. O aplicativo requer a assinatura de um formulário de consentimento e os dados são armazenados em um “local seguro”. Apesar dessas medidas de segurança, é extremamente difícil garantir completamente a segurança das informações coletadas.

prosit.jpgAinda assim, aplicativos como o Prosit podem ser úteis em um momento no qual a saúde mental das pessoas tem sido bastante comprometida. Apesar de não criar uma imagem completa do bem estar psicológico dos usuários, o app pode servir como um instrumento a mais para ajudar os profissionais a entender o paciente fora das seções de terapia.

O aplicativo está sendo testado por 300 pessoas desde fevereiro e não tem uma data para ser disponibilizado ao público. O projeto possui um site oficial para contar ao público o que é desenvolvido.

Redes sociais e a saúde mental

Parece um ambiente seguro. Afinal, fica dentro de casa, onde pais e familiares podem se manter alertas sobre qualquer movimentação. Só que muitas vezes é um vale sombrio repleto de solidão. Uma solidão acompanhada de muito ciberbullying.

Este é o cenário da internet hoje para muitos. Em julho de 2019, houve um caso muito simbólico: a blogueira Alinne Araújo, que falava justamente sobre sua própria depressão nas redes, cometeu suicídio um dia após casar-se consigo mesma — ela decidiu seguir com o casamento mesmo depois da desistência do noivo, um dia antes da cerimônia.

Via: Engadget

Covid-19: impactos na saúde mental também preocupam especialistas

O “impacto da pandemia na saúde mental das pessoas já é extremamente preocupante”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS). “O isolamento social, o medo de contágio e a perda de membros da família são agravados pelo sofrimento causado pela perda de renda e, muitas vezes, de emprego.”

Foto: PIXABAY / DINO

Antes de decretar a pandemia, a OMS já classificava toda a situação como uma infodemia. Em outras palavras, a abundância de vídeos, textos, gráficos, ilustrações e áudios, sejam eles verdadeiros ou fakes, dificulta o entendimento das orientações e gera uma crise de confiança entre a população. Das duas, uma: ou o indivíduo fica totalmente paranoico ou passa a duvidar de tudo que brota na tela do celular.

Caso a Covid-19 siga a mesma trilha do que aconteceu em 2002/2003, durante a pandemia de Sars (síndrome aguda respiratória grave), a tendência é que haja uma avalanche de doenças psiquiátricas nos próximos meses. Há 17 anos, houve um aumento de 30% nos casos de depressão, ansiedade e estresse pós-traumático entre os indivíduos que ficaram em quarentena na China, o país mais atingido pela doença na época. Os dados são de pesquisadores do King’s College London, na Inglaterra, e foram publicados no periódico científico The Lancet recentemente.

Os efeitos da Covid-19 na saúde mental

Revistas GoRead: a maior plataforma de revistas digitais

Assine mais de 200 títulos dos mais variados conteúdos. Leia do app onde e quando quiser.

Uma coisa é certa, a Covid-19 é uma doença que requer atenção e cuidados diretos, principalmente para as pessoas do grupo de risco, porém indiretamente, ela pode ascender muito mais efeitos colaterais.

Primeiro, por conta do confinamento em casa. Um estudo da Universidade Brigham Young, nos Estados Unidos, estima que a falta de contatos sociais traz riscos à saúde comparáveis a fumar 15 cigarros por dia e chega a ser duas vezes mais danosa que a obesidade. Um aumento no consumo de álcool é outra área de preocupação dos especialistas em saúde mental. Estatísticas do Canadá relatam que 20% das pessoas de 15 a 49 anos aumentaram seu consumo de álcool durante a pandemia. Afinal, trata-se de uma doença em que não há perspectiva de vacinas ou remédios com capacidade de cura para os próximos meses.

O segundo efeito é a crise econômica mundial que vem chegando. O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o mundo entrará na maior crise desde 1929, ano em que ocorreu a quebra da bolsa de valores de Nova York, nos Estados Unidos.

E uma coisa acaba levando a outras, mais graves. O colapso econômico que acometeu a Europa a partir de 2008 afetou a saúde mental da população. Nesse período, houve um aumento significativo das taxas de suicídio no continente.

O terceiro efeito é a pressão cotidiana na vida das pessoas como por exemplo a tripla jornada entre as mulheres, que ficam responsáveis por cuidar de vários quesitos do lar, da família estando ainda em home-office. Na China, o primeiro epicentro do coronavírus, alguns cartórios registraram um aumento nos pedidos de divórcio quando a vida começou a voltar ao normal. Nas províncias de Shaanxi e Sichuan, por exemplo, houve um recorde nos índices de separação a partir das últimas semanas de março, de acordo com informações do jornal chinês The Global Times.  Ainda na China, durante a pandemia, os profissionais de saúde relataram altas taxas de depressão (50%), ansiedade (45%) e insônia (34%) e, no Canadá, 47% dos profissionais de saúde relataram a necessidade de suporte psicológico. Dados do Núcleo de Gênero e do Centro de Apoio Operacional Criminal do Ministério Público de São Paulo revelam que casos de agressões aumentaram 30% em março de 2020, quando o isolamento social foi iniciado.

Esse compilado de informações é assustador, mas existem soluções para minimizar tudo isso.  Quando as pessoas estão em casa, elas tendem a atrasar os compromissos diários: acordam, almoçam, jantam e voltam a dormir cada vez mais tarde. Segundo Bruno Motti, empreendedor mineiro que possui negócios na África e Ásia, “Precisamos manter uma regularidade nos horários durante todos os dias da semana, especialmente neste período de quarentena, isso trará mais produtividade. Aproveite as coisas simples da vida, ela está no sorriso e aconchego de entes queridos e conversas com amigos, a verdadeira felicidade sempre estará em momentos assim.”

O que fazer

Tenha o hábito de tomar sol todos os dias, faça disso um ritual. Reserve alguns minutos da manhã, antes das 11 horas, para relaxar na varanda, no quintal ou na janela. Esse banho de luz estimula a liberação de serotonina, substância que, entre os neurônios, produz a sensação de bem-estar, auxiliando na performance das tratativas do dia.

Manter uma rotina de exercícios físicos é outra via para garantir o equilíbrio da química cerebral, ela auxilia a extravasar toda a energia acumulada no corpo. A ingestão de vitaminas também auxilia muito para um melhor equilíbrio do corpo e da mente, através de frutas, verduras ou suplementos.

Existem também suplementos para o cérebro que auxiliam na resiliência mental, eles trazem uma melhoria cognitiva, no foco, na memória, no raciocínio e consequentemente na produtividade diária. O nome desses suplementos são os Nootrópicos, pílulas naturais que estimulam a performance cerebral e não possuem efeitos colaterais. A maioria dos nootrópicos são importados, mas recentemente no Brasil foram lançadas algumas fórmulas condizentes com as diretrizes da Anvisa. “O Gobrain Brasil é o suplemento que chega mais perto das formulações de fora e traz uma comunicação mais atenta a nossa saúde mental”, diz Bruno Motti CEO da Gobrain Brasil – http://www.gobrainbrasil.com.br.

Ele ainda afirma: “Uma coisa é certa, em tempos de pandemia agradeça pelas coisas simples da vida e valorize quem está contigo nessa, nós só descobrimos o quão forte nós somos quando ser forte é nossa única escolha; portanto procure ter um mindset equilibrado, pois sua mente que irá lhe guiar por toda essa crise.”

Website: http://www.gobrainbrasil.com.br

Estado da Nação. Pandemia representa “um sério risco” para a saúde mental

A pandemia Covid-19 representa “um sério risco” de problemas adicionais de saúde mental, sendo “particularmente preocupantes” as perturbações que se desenvolverão nos próximos meses devido “às graves consequências” sociais e económicas desta crise, alerta um relatório.

Estado da Nação. Pandemia representa "um sério risco" para a saúde mental

11:54 – 23/07/20 POR LUSA

POLÍTICA ESTADO DA NAÇÃO

A situação de isolamento, de incerteza quanto ao futuro, de perda e de luto poderá determinar, numa primeira fase, um aumento dos problemas de ansiedade e depressivos, na maior parte dos casos autolimitados e de gravidade ligeira”, refere o relatório ‘Estado da nação e as políticas públicas’, organizado pelo ISCTE.

No entanto, “são particularmente preocupantes as perturbações mentais que se desenvolverão ou agravarão nos próximos meses, principalmente devido às graves consequências sociais e económicas desta crise de saúde pública (pobreza, desemprego, precariedade, insegurança e endividamento)”.

A análise é feita pela economista da saúde e gestora hospitalar Ana Sofia Ferreira, pela psiquiatra Manuela Silva, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, e Julian Perelman, da Escola Nacional de Saúde Pública, em que destacam que Portugal está em 5.º lugar, entre os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), no consumo de antidepressivos, apresentando também elevado consumo de ansiolíticos.

Apesar de a saúde mental ser considerada uma prioridade de saúde” e ter sido estabelecido o Plano Nacional de Saúde Mental (PNSM 2007-2016), com extensão a 2020, por “falta de impulso político, de financiamento adequado e de capacidade de implementação das mudanças necessárias, este plano tem ficado muito aquém dos objetivos que pretendia atingir”.

As pessoas com perturbação mental grave (cerca de 4% da população) são “as mais vulneráveis” da sociedade, “esquecidas, estigmatizadas, durante séculos escondidas e maltratadas”, realçam.

A evidência científica demonstra que o seu tratamento se deve basear no apoio clínico e em programas de cuidados psicossociais integrados, prestados por equipas comunitárias e multidisciplinares, como está preconizado no PNSM, mas em Portugal o tratamento de grande parte destes doentes continua a limitar-se aos fármacos, sem acesso a um projeto de reabilitação psicossocial, impedindo-as de “recuperarem competências e de terem uma participação plena na sociedade, no mercado de trabalho e na sua vida familiar”.

Para os investigadores, é necessário melhorar a respostas dos Cuidados de Saúde Primários e dos Cuidados Continuados Integrados de Saúde Mental e dar “uma resposta hospitalar assente numa componente comunitária mais robusta e eficaz”.

“Os hospitais têm de manter internados (por vezes durante anos) doentes mentais crónicos que nunca deveriam estar num hospital de agudos, com custos muitíssimo superiores aos que adviriam para o SNS com as soluções alternativas que urge construir”, advertem.

Para dar resposta a estes casos foi criada em 2010 a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados de Saúde Mental (RNCCISM), “mas foi interrompida logo em 2011 e tem avançado de forma muito tímida desde então”, observam.

Dados disponíveis no site da ACSS indicam que, em março, os lugares disponíveis na RNCCISM eram sensivelmente os mesmos que no final de 2018, “mas com prejuízo da resposta à infância e adolescência, e mantinham uma marcada desigualdade territorial”.

Os investigadores alertam que “a insuficiente responsabilização do SNS no desenvolvimento da rede, patente na escassez de financiamento que possibilite a adaptação das respostas atuais ou a criação de raiz de estruturas públicas vocacionadas para a gestão da doença mental crónica, comporta riscos de manutenção de graves lacunas” no acesso destes doentes “aos cuidados de saúde de que precisam e a que têm direito, e de persistência de desigualdades”.

O parlamento tem agendado para sexta-feira o debate do Estado da Nação.

Professores têm atendimento virtual com psicólogos durante a pandemia

(foto: André Violatti/Esp. CB/D.A Press)
(foto: André Violatti/Esp. CB/D.A Press)

O novo normal da educação no Distrito Federal vem ligando um sinal de alerta quanto à saúde mental dos professores, que tentam se adaptar à rotina de aulas on-line em meio à pandemia da covid-19. Por isso, a Secretaria de Educação preparou ações de acolhimento.

Uma das iniciativas é o atendimento virtual com psicólogos, por meio da Subsecretaria de Segurança e Saúde no Trabalho. Outro projeto é o Guia para Acolhimento à Comunidade Escolar, um documento que reúne orientações sobre o autocuidado mental dos profissionais da sala de aula, entre outros temas.

Professores da rede pública de ensino que quiserem fazer o acompanhamento psicológico podem entrar em contato. O serviço é gratuito para os educadores da rede pública do DF. “A Secretaria está fazendo todo o possível para minimizar o impacto psicológico de professores e servidores devido à mudança de rotina imposta pela pandemia. A pasta está dando todas as orientações e suportes para que os professores consigam atravessar este momento que atinge a todos, pois é sensível à situação desses profissionais”, informou a assessoria de imprensa do órgão, em nota oficial.

A Secretaria de Educação usa como referência orientações de instituições como o Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP/DF) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), entre outras. Os professores são instruídos a ter um cuidado com a própria saúde física e emocional, criando momentos de pausa na rotina, alimentando-se de maneira balanceada e recorrendo a atividades como ioga e meditação, por exemplo.
A Secretaria de Educação informou que o Guia para Acolhimento traz algumas sugestões de materiais e metodologias para este período de transição entre o modelo on-line e presencial, que “tem se desdobrado para dar todo o suporte necessário aos profissionais” e que “não haverá aumento da carga horária do professor”. O guia conta com recomendações para as atividades presenciais nas escolas durante a pandemia, que estão previstas para serem retomadas a partir de 3 de agosto.

BIOMEDICINA FAN – NÃO TE CONTARAM

EDUCAÇÃO FÍSICA FAN – NÃO TE CONTARAM

ENGENHARIA MECÂNICA FAN – NÃO TE CONTARAM

ENGENHARIA ELÉTRICA FAN – NÃO TE CONTARAM

NUTRIÇÃO FAN – NÃO TE CONTARAM