Grupo Felicidade Down mostra ‘Mudando hábitos’

O teatro do Sesi recebe hoje, às 20h, o espetáculo teatral Mudando hábitos. A peça dirigida por Júlio César Scandolo é encenada exclusivamente por atores com Síndrome de Down que integram a Comunidade Felicidade Down. A entrada é gratuita e os ingressos serão distribuídos com uma hora de antecedência no próprio teatro, que fica na rua Gustavo Teixeira, s/nº, Mangal.

A peça aborda os cuidados que a sociedade precisa ter para preservar o meio ambiente. Ao acordarem numa manhã, os habitantes de um lindo pomar se deparam com surpresas desagradáveis em seu quintal. As crianças, então, são chamadas para ajudar aquele povoado a enfrentar um grande desafio: exercitar bons hábitos para mudar a realidade daquele ambiente.

Poluição aumenta risco de AVC e piora ansiedade

Saúde

Poluição aumenta risco de AVC e piora ansiedade

Revelação foi feita através de recente estudo escocês

Se os efeitos negativos causados pela poluição atmosférica já preocupavam, imagine agora, que chegou ao conhecimento público o resultado de dois estudos realizados pela Universidade de Edimburgo, Escócia. As duas pesquisas, por sua vez, analisaram 103 outros estudos, publicados em 28 países, revelando que a contaminação do ar aumenta o risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e ansiedade.

A nova análise trouxe a comprovação de que a exposição ao monóxido de carbono, dióxido sulfúrico, dióxido de nitrogênio e ozônio, presentes, por exemplo, na fumaça dos automóveis, aumenta o número de morte por essas causas. E, conforme descobriram os cientistas responsáveis pela pesquisa, apesar de terem sido analisados apenas 20% dos estudos e os mesmos sido realizados em países subdesenvolvidos ou emergentes, a ligação entre poluição e AVC foi maior nas nações mais carentes, justamente por concentrarem maior nível desses poluentes.

Além de aumentar o risco de AVC, os cientistas também constataram uma ligação entre a poluição e ansiedade, baseado na análise de 71.271 mulheres, entre 57 e 85 anos, avaliando a distância que moravam de rodovias. A exposição de poluentes com base em dados meteorológicos e geográficos foram avaliados em cinco períodos: um mês, três meses, seis meses, um ano e quinze anos. As participantes também responderam um questionário registrando o nível de ansiedade de cada uma. Os pesquisadores concluíram que, as que moravam próximas a rodovias, numa distância de 50 a 200 metros, apresentavam mais ansiedade do que as que moravam longe das estradas.

O estudo, no entanto, não avaliou fatores como ruídos, pressão atmosférica e excesso de sol, que igualmente podem influir na saúde mental, causando problemas nervosos.

A poluição precisa ser controlada, não só pelos problemas respiratórios que gera, mas por influir na saúde física e mental como um todo.

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No Ocidente, políticos voltam atenções para transtornos mentais

Os problemas mentais são generalizados, dispendiosos e crescentes (Foto: Flickr)

Os políticos ocidentais estão se conscientizando do grave dano causado pelas doenças mentais. Justin Trudeau, o primeiro-ministro recém-eleito do Canadá, prometeu destinar mais verbas à pesquisa e ao tratamento de doenças mentais. Antes das eleições gerais no Reino Unido em maio, os partidos políticos prometeram dedicar mais atenção ao grave problema dos doentes mentais. Nos Estados Unidos, os políticos, perante os massacres recentes cometidos por jovens desequilibrados fortemente armados, chegaram a uma conclusão óbvia: os problemas psicológicos precisam ser tratados com mais cuidado.

Essas são reações que demonstram sensibilidade. Mas em termos práticos é um caso de difícil solução. Os problemas mentais são generalizados, dispendiosos e crescentes. As pesquisas e, sobretudo, os tratamentos de doenças mentais são extremamente caros e de longa duração.

Muitas doenças afetam com mais frequência os idosos, porém os desequilíbrios psíquicos também atingem os jovens, com efeitos prejudiciais na produtividade. Na Suécia, três quintos dos novos benefícios previdenciários referem-se a transtornos mentais. As mortes são precoces; pessoas com doenças mentais sérias morrem entre 15 a 20 anos mais cedo do que o resto da população. E o ônus econômico é cada vez maior. Há alguns anos, o Fórum Econômico Mundial avaliou que nos 20 anos anteriores a 2030, o custo acumulado dos efeitos da doença mental poderá ser de US$16 trilhões.

Entretanto, os custos de pesquisas sobre transtornos mentais são irrisórios. Na maioria dos países desenvolvidos há uma enorme discrepância entre os gastos com a pesquisa referente à saúde mental e o custo total das consequências das psicoses na economia. Os distúrbios psíquicos são quase sempre estigmatizados e não têm o mesmo apelo do lobby das campanhas para ajudar vítimas de câncer e de doenças cardíacas. Não é fatal como muitas doenças físicas, mas representa um encargo pesado tanto do ponto de vista humano quanto econômico. Por esse motivo, é importante que os políticos cumpram suas promessas e que a sociedade civil tente incentivar os estudos sobre doenças mentais e não estigmatizá-las

RECURSO GARANTE MANUTENÇÃO DOS SERVIÇOS NO CAPS DE LAFAIETE

Lafaiete aparece em uma lista, anunciada pelo Ministério da Saúde, de municípios beneficiários com investimento feito pelo governo federal em programas de saúde mental. A informação foi divulgada pelo governo de Minas Gerais, uma vez que o Estado é um dos 20 contemplados pelos investimentos.

Os recursos anunciados pelo Ministério da Saúde, no início deste mês, são para expandir a Rede de Atenção Psicossocial (Raps). Ao todo, mais de R$ 10,3 milhões serão investidos no estado, como estratégia para promover a melhoria e a ampliação dos serviços ofertados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), na área de saúde mental. O investimento irá contemplar 26 municípios mineiros. A destinação de recursos está detalhada na Portaria nº 1.623, de 1º de outubro de 2015, e Portaria nº 1.647, de 2 de outubro de 2015.

Para que todos esses pontos de atenção que compõem a Raps existam e funcionem, o investimento financeiro se faz imperativo conforme a gerente do Centro de Apoio Psicossocial (Caps) de Lafaiete, Gláucia Beatriz Gonçalves Souza. Para ela, a política de saúde mental começa a reordenar os recursos financeiros para garantir o atendimento adequado. A gerente ponderou que os valores a serem recebidos pelo município serão importantes para cobrir o déficit gerado na unidade que oferece serviços no nível III, mas recebe para atender como se fosse um nível inferior. “Já trabalhávamos no nível três e o município arcava com o serviço. Temos 6 leitos que funcionam 24 horas. Esse repasse é apenas para legalizar uma situação que vem de anos”, informa. Gláucia explica que no nível dois, o Caps não oferece alimentação, não tem que ter equipe de profissionais 24 horas e nem os leitos. No nível III, como o de Lafaiete é exigida toda essa estrutura.

Atualmente, o déficit gira em torno de R$ 200 mil. “Essa verba que está vindo é carimbada, só posso usá-la para custeio. Não podemos fazer investimento. A ampliação fica mais a cargo do estado e estamos atentos para conseguir mais recursos”, comenta.

A resolução prevê que o Caps que recebia R$ 33.086,25, terá um acréscimo de mais R$ 51.047,75, totalizando R$ 84.134. O Caps Álcool e Drogas II que tinha o repasse de R$ 39.780 passará a receber R$ 105 mil. O Caps infantil, que era completamente cus­teado pelo município vai receber a quantia de R$ 32.130 para sua ma­nu­ten­ção.  Segundo a gerente, o valor ain­da não supera todos os gastos.

Gláucia explica que a resolução qualifica o Caps AD II e o Caps II no nível três, reconhecendo o trabalho que já era realizado nas unidades e também regulamenta o Caps infantil que já existia, mas era totalmente custeado pelo município. “Esses valores, que ainda não estão no caixa municipal ajudarão muito a garantir o atendimento aos pacientes de Lafaiete e região”, diz.

Conforme a gerente, hoje, a uni­dade atende a demanda atual e não há fila de espera. “Por exemplo, a demanda do Caps AD vem crescendo, por causa do aumento do consumo de álcool e drogas. Nós temos a opção do Cartão Aliança pela Vida, do governo do estado e podemos encaminhar o paciente para uma clínica terapêutica”, informa. Segundo Gláucia, para receber o atendimento, o paciente precisa ir ao Caps com acompanhante e, caso seja menor, é necessário um responsável.

Residência terapêutica

Entre os serviços pouco conhecidos e oferecidos na unidade, a gerente destaca a residência terapêutica. “São pessoas vindas de internação de longa permanência, ou seja, que ficaram muito tempo internadas, e no hospital é tudo feito em bloco, então para a ‘desospitalização’, o paciente fica em casa, então tem alimentação, aluguel, água, luz, e tudo o município arca.

Além de Lafaiete, o Caps atende mais 12 municípios. “Estamos organizando o dever de cada um. O que nós podemos oferecer aqui é estabilização da crise, mas depois é responsabilidade de cada cidade com relação à medicação e à orientação familiar.

Sem internação

Há também o leito de atenção noturna, mas Gláucia frisa que não se trata de internação. “Não se usa mais a internação. O paciente vem durante o dia e vai embora à noite, mas quando está em crise ele passa a noite, ou até mesmo alguns dias aqui. Mas não é internação, porque o objetivo da saúde mental é o atendimento psicossocial e não a internação”, explica.

De acordo com a gerente, a internação compulsória acontece quando há crime e a involuntária é quando o paciente oferece risco para a família e para ele mesmo e é realizada somente pelo médico. “A internação para saúde mental está sendo extinta. Estão sendo fechados os leitos. Hoje são 39 apenas para mais de 50 cidades, o que é irrisório”, afirma.

No Caps, há também o Am­bulatório de saúde mental que tem psicólogo e psiquiatra para fazer a manutenção do paciente, para que ele não entre em crise novamente. “Esse serviço é 100% custeado pelo município. Não existe verba do governo nem estadual e nem federal para isso. É um artifício que o município criou para evitar crises contínuas e o paciente ter qualidade de vida”, encerra.

Notícia enviada por Rafaela Melo, no dia 29/10/2015

Aluna do PET apresenta pesquisa em Congresso de Síndrome de Down

Aluna do PET apresenta pesquisa em Congresso de Síndrome de Down
Incluido por: web
Data: 30/10/2015

PETcongresso

A integrante do Programa de Educação Tutorial (PET) do curso de Direito do UniBrasil Centro Universitário, Vanessa Dlugosz, apresentou um trabalho no VII Congresso Nacional Brasileiro sobre Síndrome de Down. Que aconteceu entre os dias 15 e 17, em Curitiba. No evento, pesquisadores, professores, juristas, jornalistas, pais e pessoas com Síndrome de Down realizaram debates, participaram de oficinas e apresentaram trabalhos com o intuito de problematizar novos conceitos e novas atitudes acerca do tema com que trabalha, convive e vive a síndrome de Down.

A aluna apresentou o trabalho desenvolvido a partir das pesquisas no PET, intitulado A interferência do poder judiciário na garantia de uma educação inclusiva. “A experiência de um Congresso Brasileiro é sem dúvida única. Apresentei nosso trabalho científico, meu e da minha colega Roberta Hess Marins Azevedo, no eixo de políticas públicas e direito. Outras duas pesquisadoras também apresentaram seus trabalhos, a professora  Leila Feio, da Universidade Federal do Amapá, e Márcia Bertolo Viero, da Universidade Federal de Santa Maria. Foi um privilégio representar o PET entre grandes pesquisadoras da educação inclusiva. O nosso trabalho tem como intuito apresentar aos pais e profissionais a importância de realizar a  representação ao Ministério Público, quando há uma negativa de matrícula na escola, quando há um mau atendimento à criança com deficiência, entre tantos outros fatores que venha discriminar a criança. É importante a representação junto ao órgão para que as políticas públicas existentes possam ser aplicadas, para que possa haver um levantamento da existência dessas ocorrências e direcioná-las com mais precisão. Sem a representação torna-se difícil a execução dessas políticas existentes e também a elaboração de novas estratégias de educação inclusiva”, explica.

Sobre participar do Congresso, ela destaca que  representou, além da oportunidade de poder expor a a pesquisa, a oportunidade de ouvir pessoas as quais admiro muito.” Dentro do congresso participei também da IV Oficina de revisão do ordenamento jurídico (à luz da Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência). A atividade contou com o apoio institucional da Associação Nacional de Membros do Ministério Público e da AMPID. Essa troca de conhecimentos foi maravilhosa. Existe um novo olhar para os direitos das pessoas com deficiência. E como mãe de uma criança com síndrome de Down, esse impacto social é também de grande relevância”, diz.

Ressocialização de portadores de transtornos mentais é uma realidade em AL

No decorrer das últimas décadas houve uma evolução na assistência aos portadores de transtornos mentais. O tratamento, que cada vez mais se distancia dos muros dos hospitais psiquiátricos, tem apostado na socialização dos usuários do SUS, que contam com o acompanhamento de uma equipe multiprofissional, além da participação efetiva da família em todo o processo, assegurando uma vida com qualidade.

Diversos fatores contribuíram para a mudança no tratamento psiquiátrico, que começou nos anos 1990, passando a ser política pública no Brasil. A partir de 2002 a política ganhou impulso através do Ministério da Saúde, que implantou uma série de mecanismos, a exemplo da redução de leitos nos hospitais psiquiátricos, criação das residências terapêuticas, o programa de volta para casa, a implantação dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), entre outros projetos.

A Reforma do Sistema Psiquiátrico, que está em andamento no Brasil, permitiu que a assistência fosse estendida também aos usuários de álcool e outras drogas, que geralmente são atendidos nos Caps durante o dia, participando de uma série de atividades, retornando no final do dia para as suas residências. Neste processo, os familiares dos usuários recebem acompanhamento dos profissionais, uma vez que a participação deles é fundamental na recuperação.

O surgimento dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) foi de fundamental importância na Reforma do Sistema Psiquiátrico. Eles funcionam como uma rede substitutiva aos hospitais psiquiátricos, que estão com os dias contados no Brasil, como já ocorre em outros países, onde foram extintos. Em Alagoas os Caps atendem mais de mil pessoas e têm contribuído para a redução das internações, fazendo com que os portadores de transtornos mentais se integrem à sociedade.

Constatação

Realidade constatada pela dona de casa Maria Helena Lima. Ela tomava mais de dez medicamentos por dia e não sentia melhora no quadro depressivo, até passar a frequentar o Caps de São Sebastião e ver sua vida ser transformada. “Nos nove anos que frequentou o Caps, houve uma redução na medicação e participo do grupo de artesanato. Minha qualidade de vida melhorou significativamente e voltei a estar integrada à sociedade, porque o Caps é uma terapia pra mim”, salientou.

Segundo Márcia Ramos Wanderley, psicóloga do Núcleo de Saúde Mental da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), os Caps têm a função de oferecer atendimento clínico de forma diária, evitando as internações em hospitais psiquiátricos e promovendo a inserção social das pessoas com transtornos mentais através de ações inter setoriais. “Os Caps foram criados como uma estratégia de inclusão social para os portadores de sofrimento e transtorno mental e também dos usuários de álcool e outras drogas. Com isso, há redução nas internações”, destacou.

Em Alagoas os Caps têm concorrido para melhoria da qualidade de vida dos usuários da Rede de Assistência Psicossocial. Atualmente existem 47 Centros de Atenção Psicossocial do tipo um, que é destinado para os municípios que possuem uma população de 15 até 50 mil habitantes, do tipo dois existem seis e estão localizados nas cidades com mais de 50 mil moradores. Em Maceió os usuários do SUS contam com um Caps 24 horas e um o Caps AD para tratamento de usuários de álcool e outras drogas. A rede conta ainda com os Caps I, para a população infanto-juvenil até 18 anos. Além de uma unidade de atendimento infanto-juvenil em Campo Alegre e 15 leitos para saúde mental.

SAÚDE MENTAL: ÉVORA É EXEMPLO NOS AÇORES

O Tribuna Alentejo é o site noticioso atualizado diariamente, em língua portuguesa, que publica informação local e edita trabalhos publicados por jornais internacionais de referência, bem como por órgãos de comunicação mais afastados dos circuitos comerciais locais e mundiais de informação. – See more at: http://tribunaalentejo.pt/tribuna/artigo/sa%C3%BAde-mental-%C3%A9vora-%C3%A9-exemplo-nos-a%C3%A7ores#sthash.tJsPPd18.dpuf

A Secretaria Regional da Saúde dos Açores convidou a equipa de Saúde Mental Comunitária do Hospital de Évora para a implementação das Equipas Móveis de Apoio Domiciliário Integrado em Saúde Mental, uma vez que consideram o trabalho desenvolvido no Alentejo como exemplar.

De acordo com o Hospital do Espírito Santo de Évora, o convite surge tendo por base a experiência adquirida e aos bons resultados obtidos pelo Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental (DPSM) na prestação de cuidados de saúde mental comunitários no distrito de Évora.

Desta forma, profissionais do hospital alentejano partilharam, durante quatro dias, a sua experiência profissional e deram formação a colegas que formarão a futura equipa açoriana, em São Miguel, num projeto com planos para que se estenda a todas as ilhas.

No distrito de Évora, este modelo de prestação de cuidados de saúde mental na comunidade, foi implementado em 2008, e permitiu que pessoas com doenças mentais graves deixassem de estar circunscritos ao tratamento hospitalar e pudessem usufruir de outros cuidados de saúde e apoio.

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Reino Unido torna-se o primeiro país do mundo a aplicar a FIV com três pais

A lei que permite a fertilização in vitro (FIV) com o uso do material genético de três pessoas – duas mulheres e um homem –, de forma a evitar a transmissão certas doenças genéticas graves, entrou esta quinta-feira em vigor no Reino Unido, como se pode ler no site do Parlamento britânico.

Aquele país torna-se assim o primeiro a autorizar a geração de pessoas com linhagens genéticas provenientes de três pessoas.

A medida foi pensada para evitar as doenças genéticas que estão associadas às mitocôndrias, e que afectam uma em cada 6500 crianças.

As mitocôndrias são pequenas estruturas que existem dentro das células do corpo e que contêm um pequeno anel de ADN próprio (menos de 0,2% do total do genoma humano), independente do ADN do núcleo celular, que é o que rege a esmagadora maioria das nossas características genéticas.

Como são as mitocôndrias que geram a energia necessária às funções celulares, as doenças genéticas associadas às mitocôndrias afectam os órgãos que necessitam de muita energia, tais como o cérebro, o coração ou o fígado.

E há também outra diferença entre o ADN das mitocôndrias e o resto do genoma. É que o ADN mitocondrial não é transmitido de geração em geração da mesma forma que o ADN nuclear (ou seja, metade pelo pai e metade pela mãe). Cada pessoa herda as suas mitocôndrias – e o seu ADN mitocondrial – exclusivamente da sua mãe, dentro do ovócito que lhe dá origem.

Mas se uma mãe tiver uma doença genética das mitocôndrias, vai transmiti-la aos filhos. E de facto, as mutações nos genes mitocondriais podem provocar surdez, diabetes, doenças cardiovasculares, epilepsia e até doenças mentais. Algumas doenças são mais ligeiras, mas outras são potencialmente mortais –  e não têm tratamento nem cura.

Para evitar essas doenças, existe contudo uma técnica, desenvolvida por cientistas da Universidade de Newcastle: uma FIV que passa pela utilização de ovócitos doados por uma mulher com mitocôndrias saudáveis e previamente esvaziado do seu próprio ADN nuclear.

O ovócito dessa mulher irá portanto funcionar como “ovócito de aluguer” (gratuito) para o ADN dos pais genéticos do futuro bebé. E o bebé terá assim uma pequena porção de material genético “alheio” – os das mitocôndrias dessa segunda mulher. Quanto à dadora de ovócitos, ela permanecerá anónima e não terá, segundo a nova lei, quaisquer direitos legais sobre a criança.

Algumas das críticas que se ouviram no Parlamento britânico no início do ano, antes da aprovação da lei, tinham a ver com o facto de se estar assim a abrir a porta a manipulações genéticas e à eugenia.

Por seu lado, os defensores da nova técnica argumentavam que não se estava a pisar nenhum risco vermelho na manipulação genética e que esta era a melhor forma de evitar este tipo de defeitos genéticos.

Foi este ponto de vista que acabou por vingar no Reino Unido – e esperam-se agora os primeiros “bebés com três pais”, talvez já para o ano.

Dieta vegetariana pode causar desordens mentais

Nas últimas décadas, muitos estudos demonstraram que os vegetarianos encontram-se em boa saúde física comparados com os não vegetarianos com um estilo de vida similar.

De acordo com a revista ‘Exame’, O International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, publicou um estudo no qual aponta que o status nutricional resultante da dieta vegetariana restrita (sem nenhum tipo de carne) pode afetar a função neuronal e a plasticidade sináptica, que influencia a manutenção de doenças mentais.

Além das diferenças no status nutricional, vegetarianos e não vegetarianos diferem em características psicológicas e sócio-demográficas que podem influenciar no risco de desordens mentais. Os vegetarianos são predominantemente mulheres vivendo em centros urbanos e solteiras, fatores relacionados com a presença de desordens mentais, relata o estudo.

Ainda segundo a publicação, os pesquisadores ressaltam que a presença de desordens mentais (depressão, ansiedade e transtornos alimentares) nessa população ocorre na sua maioria nos veganos (vegetarianos restritos), os quais apresentram uma menor concentração principalmente de B12 e ômega-3 importantes para a saúde cerebral.

Filme sobre Nise da Silveira levou troféu de melhor filme

O filme “Nise – O Coração da Loucura”, de Roberto Berliner, venceu neste sábado (31) o Grand Prix de melhor filme do 28º Festival de Tóquio. Glória Pires também levou o prêmio de melhor atriz por seu papel como a psiquiatra Nise da Silveira.

No evento, Berliner destacou que a alagoana Nise (1905-1999) foi sua “heroína” e disse que ela não era muito conhecida quando começou a fazer o filme, há três anos. “Era minha responsabilidade mostrar a história dela para o mundo”, disse ele, que recebeu o troféu das mãos da atriz japonesa Kiwa e foi recepcionado pelo diretor norte-americano Bryan Singer, presidente do júri do festival. Glória Pires não estava presente no evento.

O longa aborda um período de cerca de uma década no qual Nise é reintegrada ao serviço público e vai cuidar dos internos do Cento Psiquiátrico Pedro 2º, no Engenho de Dentro, no Rio. A partir dos anos de 1940, a médica propôs aos pacientes atividades lúdicas, como pintura e cuidados de animais domésticos. A proposta, recebida como atitude comunista pelos colegas, chocou as alas mais conservadoras da psiquiatria tradicional, que defendiam métodos como eletrochoque e lobotomia.

“Nise – O Coração da Loucura” teve sua estreia internacional em Tóquio, e foi exibido em outubro no Festival de Cinema do Rio de Janeiro. O filme ainda não tem previsão de lançamento comercial.

Glória Pires como Nise da Silveira em cena do filme

Gullar critica combate à internação de portadores de doenças mentais

Considerado o maior poeta vivo do Brasil, Ferreira Gullar se ocupa de um assunto extraliterário em entrevista ao Dossiê Globonews: chama de “bobagem, mentira e hipocrisia” a atitude dos que combatem a internação de portadores de doenças mentais. Ocupante da cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras, o maranhense Gullar trata do assunto com conhecimento de causa, porque teve dois casos de esquizofrenia na família.

Assista à entrevista completa de Gullar a Geneton Moraes Neto no GloboNews Play

“Vivemos numa cidade bastante hipócrita. Todo mundo é “bacana”, todo mundo é “liberal”. É tudo de araque! A maioria dessas teses que ouço na televisão é de araque, é tudo para inglês ver. Parece bacana, mas eu queria era ver a hora em que ele estivesse diante de um filho de 12, 15 anos de idade querendo se jogar pela janela! O que é que ele faria?”, destaca Ferreira Gullar.

“Pelo fato de eu ter sido obrigado a lidar com esse problema, tenho experiência e conhecimento real sobre o assunto. Não tenho teoria. Eu sei que é muito bonito ter teoria como ‘sou contra internação’. Mas as coisas não são simples assim, não”, pondera o poeta, acrescentando que a internação de hoje é bem diferente da de antigamente, assim como os novos medicamentos, que mudaram a relação do doente com a clínica.

“O seu filho, o seu amigo ou a pessoa que convive com você pode entrar em surto e, aí, não tem outra saída, senão internar. Porque ela pode agredir você, as pessoas que estão em volta ou se agredir e jogar pela janela”, afirma Gullar. “Em surto, não sabe o que está fazendo. Neste momento, o caminho é internar: ele é submetido a doses de remédio intensas e, dentro de uma semana ou um mês, estará em casa”, completa.

Permacultura ajuda no equilíbrio mental e emocional dos praticantes

Fazer uma integração do ser humano com a natureza é uma das finalidades da permacultura, prática que utiliza métodos holísticos para manter um ambiente sustentável. A permacultura é uma das terapias oferecidas nos Centros de Práticas Integrativas e Complementares (Cpics) Equilíbrio do Ser e Cinco Elementos da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP).

Através do contato com a terra e as plantas, a prática proporciona aos participantes uma integração ao meio ambiente de forma consciente e sustentável, além de ajudar nas relações humanas e no equilíbrio mental e emocional de seus praticantes.

A terapia tem sido uma experiência positiva para a dona de casa Rita de Cássia Bandeira, que participa da atividade há quase três anos no Cpics Equilíbrio do Ser, que percebeu mudanças importantes em sua vida. “Melhorou muito o meu relacionamento com as pessoas dentro e fora de casa. Mudou meu modo de ver a vida, dar mais importância às coisas da natureza e melhorou até minha autoestima”, contou.

A dona de casa não só abraçou a permacultura, como também resolveu apresentar a atividade à sua neta Ana Beatriz, de apenas 8 anos de idade. “Hoje em dia as crianças têm muito mais contato com as tecnologias eletrônicas do que com a natureza. Por isso acho importante que minha neta tenha essa experiência de cuidar da terra e das plantas para ter uma mente mais saudável”, disse.

De acordo com Fábio Henrique Miranda, terapeuta holístico da Rede Municipal de Saúde, Cássia é apenas um dos vários exemplos de pessoas que apresentaram mudanças positivas após iniciar a terapia de permacultura. “É um trabalho complementar de saúde mental para pessoas de qualquer idade. O nosso foco é no bem estar físico, equilíbrio emocional e na qualidade de vida. Quando trabalhamos com o plantio, por exemplo, a intenção é que aquela semente da planta represente a semente que vai brotar na vida da pessoa”, observa Fábio.

Nas atividades de permacultura, os usuários trabalham com a terra, cuidam de uma horta mandala de plantas medicinais e participam de oficinas de como aplicar a permacultura em suas próprias casas, a exemplo da reutilização de lixo orgânico. No Equilíbrio do Ser as atividades acontecem nas terças e quintas-feiras, das 15h às 17h. Já no Cinco Elementos, as atividades estão abertas ao público em tempo integral, sempre acompanhadas por um orientador, de terça a sexta-feira, das 8h às 16h.

Rede e serviços – A rede de serviços de práticas integrativas e complementares de saúde em João Pessoa é composta por três centros: o ‘Cinco Elementos’, no Parque Zoobotânico Arruda Câmara (Bica); o ‘Canto da Harmonia’, no Valentina Figueiredo, e o ‘Equilíbrio do Ser’, nos Bancários.

O serviço oferece aos usuários atendimentos individuais e práticas coletivas em medicina tradicional chinesa, acupuntura, craniopuntura, aurículoterapia, ventosa, moxabustão, Tai Chi Chuan, homeopatia, fitoterapia, terapia floral, reiki, entre outras terapias.

Existem duas formas para o usuário ter acesso às atividades: ele ser encaminhado por uma Unidade de Saúde da Família (USF) ou procurar diretamente uma das três unidades. Os locais funcionam de segunda a quinta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 18h30, e na sexta-feira, das 14h às 18h. Neste dia, os três serviços realizam o cuidado aos servidores do Sistema Único de Saúde (SUS).

No primeiro atendimento, o usuário passa por um acolhimento e escuta qualificada, onde é desenvolvido o Plano Terapêutico Singular, dando início assim ao tratamento. Ele recebe uma carteirinha com dia, hora, prática e o nome do terapeuta que irá acompanhá-lo durante o tratamento.

Para mais informações, os interessados podem entrar em contato diretamente com os centros:
Canto da Harmonia
Endereço: Rua Ulisses Alves Pequeno, s/n°, Valentina Figueiredo.
Telefone: 3218-5873
Equilíbrio do Ser
Endereço: Av. Sérgio Guerra, s/n°, Bancários.
Telefone: 3214.2921
Cinco Elementos
Endereço: Parque Arruda Câmara (Bica)
Telefone: 3218-9817

Novo projeto da Google quer reduzir número de suicídios

Nos últimos anos a Google fez várias aproximações à área da saúde, sobretudo mental, com projetos cada vez mais direcionados a medir o estado dos seus utilizadores. Agora a aposta promete ser ainda maior graças à contratação de Thomas Insel.

Esta contratação foi levada a cabo pela empresa-mãe Alphabet e a sua importância reflete-se no cargo que Insel ocupava anteriormente enquanto responsável Instituto Nacional de Saúde Mental. Como reporta o Gizmodo, Insel ainda não começou e já tem uma ideia bem clara do que quer mudar com esta sua nova posição: reduzir a taxa de suicídios.

Apesar de ainda não haver uma solução concreta para o problema, a ideia é criar um pequeno dispositivo capaz de medir ações como o sono, movimento e uso de linguagem para a relacionar com estados de humor e de ansiedade, o que serviria para determinar se o utilizador é um caso em potência.

“Não estamos a ver uma redução de mortalidade em termos de suicídios porque não estamos a dar às pessoas o cuidado que precisam. Nunca permitiríamos que isto acontecesse com cancro, doenças cardíacas ou diabetes,” esclarece Insel.

Saúde mental: descontinuação e desintegração de cuidados

O Dia Mundial da Saúde Mental assinalou-se este ano sob o lema “Dignidade na Saúde Mental”. Excelente mote para se falar dos Cuidados Continuados Integrados em Saúde Mental (CCISM).

Portugal tem, no papel, um excelente Plano Nacional de Saúde Mental 2007 -2016, que integra o pequeno grupo dos programas “prioritários” da Direção Geral de Saúde (DGS).

O Decreto-Lei 8/2010, de 28 de janeiro, determina a criação de “estruturas multidisciplinares de cuidados continuados integrados de saúde mental, adaptadas às características de grupos etários específicos, (…) passando a prestação de cuidados de saúde mental a ser assegurada por equipas e unidades multidisciplinares habilitadas a responder, de forma coordenada, aos aspetos médicos psicológicos, sociais, de enfermagem e de reabilitação”.

Além da definição de cuidados continuados integrados de saúde mental – “conjunto de intervenções sequenciais de saúde mental e ou de apoio social, decorrente de avaliação conjunta, centrado na reabilitação e recuperação das pessoas com incapacidade psicossocial, entendida como o processo de reabilitação e de apoio social, ativo e contínuo, que visa a promoção da autonomia e a melhoria da funcionalidade da pessoa em situação de dependência com vista à sua integração familiar e social” –, o referido articulado legal operacionaliza um conjunto de estruturas a serem criadas, com especificidades próprias para dar resposta às diferentes necessidades, mantidas na sua revisão posterior (Decreto-Lei 22/2011), cujo artigo 1.º diz “1 – O presente decreto -lei cria um conjunto de unidades e equipas de cuidados continuados integrados de saúde mental, destinado às pessoas com doença mental grave de que resulte incapacidade psicossocial e que se encontrem em situação de dependência, independentemente da idade, adiante designadas como pessoas com incapacidade psicossocial. 2 – O referido conjunto de unidades e equipas de cuidados continuados integrados específicas de saúde mental, inclui unidades residenciais, unidades sócio ocupacionais e equipas de apoio domiciliário, e articula -se com os serviços locais de saúde mental (SLSM) e com a rede nacional de cuidados continuados integrados (RNCCI).”

Tudo isto ficou na gaveta durante cinco anos surgindo, muito recentemente, legislação que, não tendo revogado a anterior, é a descontinuação e desintegração dos (inexistentes) cuidados continuados integrados de saúde mental ou, dito de outra maneira, é a opção política pela inexistência de cuidados continuados integrados de saúde mental.

Leal da Costa dizia ao jornal Expresso, em setembro, que “é preciso ter honestidade na discussão deste problema e admitir que existirá sempre uma população que não foi por encerrar os hospitais psiquiátricos que desapareceu, pessoas com doença mental grave que necessitarão de apoio residencial. As tentativas de desinstitucionalização sem retaguarda, confiando em famílias inexistentes ou indisponíveis, levaram ao agravamento de fenómenos como o dos sem-abrigo.”

Concordo em absoluto, “é preciso ter honestidade na discussão deste problema”. Vamos a isso.

Assumir que sempre existirá uma franja de doentes mentais que necessitam de residências de apoio máximo (ou mesmo moderado) é uma verdade incontestável, daí essa solução estar prevista mas não ser a única – nem, do meu ponto de vista, a que responde pela maioria das necessidades.

Já achar, e defender, que o “agravamento de fenómenos como o dos sem-abrigo” se deveu à desinstitucionalização e não à forte crise económica que vivemos é demagogia e “inverdade”, para dizer o mínimo. A maioria das famílias não estão “indisponíveis”, não têm é recursos nem saber, o que é substancialmente diferente. E mais, se as alternativas de “retaguarda” à desinstitucionalização não surgiram ao governo se deve, e a Leal da Costa como seu membro, a lei inicial tem mais de cinco anos.

Por ser necessário honestidade importa assumir que, com as recentes determinações legais, (a) estamos a tentar dar resposta aos sem-abrigo com patologia mental; (b) estamos a falar de apoios sociais básicos – cama, comida e

roupa lavada; (c) a opção é mais caritativa que solidária e que não é clínica; (d) estamos a fazer opções económicas erradas, porque piores e mais caras, e muito questionáveis em termos da sua seriedade; (e) estamos a ir contra lei naquilo que é a sua determinação da necessidade de uma articulação com “os serviços locais de saúde mental (SLSM) e com a rede nacional de cuidados continuados integrados (RNCCI)”; e (e) não estamos a falar de cuidados continuados integrados de saúde mental como um todo e como são (internacionalmente) discutidos e conceptualizados. Nessa perspetiva, estamos a retroceder, sim.